Educação Radical
A educação radical desafia-nos a questionar as premissas aparentemente inquestionáveis do nosso modo de vida, como sugere Zygmunt Bauman.
Trata-se de uma abordagem transformadora da aprendizagem que desafia as normas tradicionais e apoia indivíduos e comunidades a moldarem ativamente um mundo mais justo e equitativo.
Ao contrário da educação convencional, que frequentemente enfatiza uma aprendizagem mecânica e a conformidade com narrativas dominantes, a educação radical fomenta o pensamento radical, o diálogo aberto e a consciência social. Encoraja as pessoas não só a questionar, mas também a desaprender pressupostos, a analisar estruturas de poder e a perspetivar alternativas de futuro.
Com raízes na teoria crítica e inspirada no trabalho de pensadores e educadores radicais influentes como Paulo Freire, Ivan Illich, bell hooks e Henry Giroux, a educação radical transcende a simples transmissão de conhecimentos. O seu objetivo é equipar as pessoas para desafiarem a injustiça e imaginarem coletivamente sociedades melhores. Ao mesmo tempo que aborda a alienação social, a educação radical cria espaço para a utopia.
A educação radical reconhece que a educação não é neutra - ou reproduz as estruturas de poder existentes ou catalisa a transformação. Ao promover a consciência crítica, procura desocultar realidades sociais, repensá-las radicalmente e transformá-las.
É fundamental distinguir a educação radical do radicalismo extremista. A educação radical centra-se no pacifismo, no diálogo, no pensamento crítico e na procura da justiça e da equidade. Capacita os indivíduos para imaginarem alternativas ao status quo, fomentando a agência e a esperança.
A áudio-desaprendizagem imersiva é uma metodologia de educação radical desenvolvida por Sérgio Xavier.
Ler mais sobre "Radical Education - A pathway for new utopias and reimagining European democracies" (Youth Partnership, 2022) [ENG]